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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Filomena olha mais uma vez , para a mesa vazia do outro lado da sala 10:30 e ele ainda não chegou , ainda não viu o seu sorriso matinal , ainda não ouviu aquele bom dia que lhe enche a alma , ainda não fingiu que tinha que ir à Contabilidade ou aos Recursos Humanos para passar por ele .
Ama-o mas ele não sabe , nem nunca poderá saber deste amor impossível , é casado , bem casado e com muitos filhos , ela tenta esquece-lo nos homens que conquista quando saí , num bar qualquer , faz com eles o que gostaria de fazer com ele numa cama qualquer de um qualquer hotel , imagina que é ele a quem se entrega , a quem dá os beijos cálidos a paixão nos abraços das horas perdidas mas quando chega o dia seguinte , sente sempre vergonha de si e do que fez , e despede-se desses homens com um adeus para sempre , não são nada , não significam mais do que uma noite de paixão , de lasciva , de pecado , de imaginação , foram outro homem , outro que ela amou naquela cama , naquela noite , e que vai amar , até se cansar .
Foram apresentados pelo chefe na empresa onde ambos trabalham , quando ele lhe apertou a mão ela sentiu um arrepiou na espinha , olhou para ele e sorriu , " meu Deus que homem " pensou , ele passava por ela e sorria , ele era sempre gentil e cordial , ele tonou-se rapidamente a pessoa com quem ela mais gostava de falar e almoçar , cada dia que passava mais apaixonada ela estava , ele se sentia mais do que amizade e companheirismo nunca o demonstrou e assim os dias e anos foram passando , hoje são amigos , ela vai à sua casa , brinca com os seus filhos , conhece a sua esposa , amo-o mas sabe que nunca o vai ter , e enquanto o tempo passa , os outros vão sendo o que ele não é amantes , apenas e só .

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